segunda-feira, 24 de setembro de 2012

‘The Voice’: uma excelente surpresa nas tardes de domingo


O sistema de coaching (mentores) do The Voice Brasil já o coloca em outro patamar dos muitos programas de calouros que sempre fizeram sucesso na TV. Os candidatos que se apresentam já passaram por uma fina peneira e esbanjam técnica, embora nem sempre refinada. Não há espaço para bizarrices ou gente que está ali apenas pela fama; é uma fama que, se vier, terá de ser suada e merecida. Não por acaso, The Voice Brasil teve uma excelente repercussão em todas as redes sociais em sua estreia neste domingo (23), com muitos posts exaltando a surpresa diante da qualidade do reality.
Há de se louvar um reality que procure talentos que vão além da manipulação, da malhação e da sobrevivência física e psicológica ao confinamento. É o caso do Superchef, de Ana Maria Braga, em que os participantes têm de demonstrar maestria na manipulação dos ingredientes e na preparação dos pratos. Do ótimo Supernanny, em que uma especialista ensina os pais a educarem seus filhos protomonstrinhos. Da bem sucedida Dança dos Famosos. E também do The Voice, que encontrou a medida certa entre o entretenimento e a academia de música. A edição veloz e afiada, a boa seleção de calouros e o júri eclético de cantores consagrados com experiência performática fizeram dessa estreia um exemplo de que é, sim, possível ter qualidade nas tardes de domingo.
No Twitter, Ivete Sangalo elogiou Claudia Leitte, uma das juradas, ao lado de Carlinhos Brown, Lulu Santos e Daniel. “Depois Claudia Leitte tem que dar uma palestra de como ficar gata garota depois de parida. Tá linda rapaz! Eu perdi essa aula”, escreveu a cantora no microblog, para depois comentar sobre os candidatos: “Adoro quando um intérprete põe um pouco de si em canções já muito cantadas por alguém que já tem notoriedade. Mostra personalidade! Estava faltando um lance desse para gente curtir em casa! Que programa da zorra!”. Assim como ela, todos os telespectadores se transformaram em críticos e jurados. “The Voice: um programa inovador, no qual cantores são avaliados só pela voz. Como diz o Letterman, uma novidade que chamávamos de rádio”, ironizou um usuário do Twitter.
O apresentador Tiago Leifert também comentava a emoção de participar, ao vivo, do show. “Tenho o privilégio de sentir a emoção das famílias dos candidatos. Consolar os caras e a família é muito, muito duro. Em compensação, quando eles passam, eu geralmente ganho o primeiro abraço”, escreveu Leifert. O casal Luciano Huck e Angélica também ficou ligado. “Muito bom, gostei mesmo. Parabéns Boninho, Tiago Leifert e toda a equipe. Formato vencedor! Programa redondo!”, disse o apresentador do Caldeirão. “Uau. Programassoooo (sic)! Adorei!”, aprovou Angélica. Os comentários duraram muito mais que o tempo da própria atração. A emoção tomou conta quando a cantora Ellen Oléria, de Brasília — que se define como negra, lésbica e feminista — entrou no palco e soltou a voz em Zumbi. Todos os jurados viraram, mas, pela “identificação étnica”, segundo suas palavras, ela escolheu Carlinhos Brown. Essa é outra graça do programa: os “mentores” também estão sob a mira de quem eles julgam.
O momento que mais incomodou os tuiteiros deu-se quando os jurados não viraram a cadeira para o índio Yuri Maizon. O fato de eles estarem de costas para os calouros evita que se busque, em princípio, qualquer outra coisa senão a voz. Talvez, se tivessem visto o rapaz e conhecido sua história (egresso de uma aldeia, representante de sua etnia), os jurados o teriam escolhido. Mas, pelo critério único da voz, Yuri não passou. Outra que chamou atenção foi Alma Thomas, que interpretou Someone Like You, de Adele. Lulu foi o primeiro a virar e aprovar, para dizer logo depois que todos imploraram por tê-la em seus times: “A gente está perdendo a linha por você hein!”. E foi um festival de trocadilhos com a palavra alma, uma competição acirrada entre os quatro até que ela, surpreendentemente, escolheu Daniel, para incompreensão dos tuiteiros. Mesmo com um horário diferente, o Brasil parou para ver os novos talentos musicais e a atração rapidamente alcançou os TTs, o termômetro de ‘Ibope’ do Twitter. ‘The Voice’ veio para ficar.
( Fonte: Revista Época / Editado: Equipe Farra e Beijo )

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