Claudia Leitte está de mudança para o Rio por conta das gravações do The Voice, o reality-show musical que estreia no dia 23 na TV Globo. Ao lado de Carlinhos Brown, Lulu Santos e Daniel, a cantora integra o time de júri técnico da atração.
“Assim que voltei de férias, recebi o convite do Boninho (diretor do projeto) para o programa”, diz a artista, que encurtou pela metade a licença-maternidade após dar à luz há um mês Rafael, seu segundo filho, e lançou um novo DVD, Negalora. “Me senti desafiada. Nem me importei em antecipar minha volta ao trabalho depois do parto”, afirma ela, na primeira entrevista depois do nascimento do bebê.
Será uma jurada mais Aracy de Almeida ou Elke Maravilha?Não há como levar em consideração somente a técnica; música é emoção. Os quesitos técnicos são relevantes, claro, mas, para mim, o modo como o artista sente e compartilha a música é o mais importante. na primeira fase do processo, seremos mais coaches do que jurados. Mas confesso que sou exigente com minhas produções e comigo mesma. Dirijo meus shows e participo minuciosamente de todo o processo criativo da minha carreira. Enquanto canto, estou de olho na luz, na afinação dos instrumentos.
Por que no Brasil talentos revelados em programas não costumam vingar no meio artístico?Não concordo. Temos vários nomes que se projetaram em programas que têm a música como foco ou que surgiram em grandes festivais. Um reality como esse é uma excelente vitrine para quem deseja alcançar o sucesso. Será um atalho para o estrelato.
Chegar ao estrelato ganhando um reality-show não pode comprometer uma carreira?Não acho. A gente nasce cantor. Eu fui cantora desde que nasci. Cantava com cabo de vassoura e escova de cabelo, imaginando estar diante do público. E, apesar da luta pelo reconhecimento, sempre soube abraçar as oportunidades que apareciam. Se tivesse tido a chance de um reality show, isso só contaria a favor.
Qual seria o maior pecado de um candidato?O maior perigo é se ludibriar com a fama, com os recursos fantásticos do programa, com a visibilidade que ele vai dar. O vencedor tem que guardar na mente que, por mais que ganhe, esse será apenas um degrau na carreira. Eu continuo subindo os meus. Mantenho meus pés no chão graças à minha família. Na hora de trocar fralda e botar o menino no peito não tem essa de estrela não.
Na sua última gravidez, comentou-se muito o fato de você ter voltado à forma rapidamente. Algo mudou agora?Perdi todo o peso que adquiri na gravidez, 13 quilos. Acho que fui geneticamente abençoada, porque só recebi alta para fazer exercícios física nessa semana. Como volto a fazer shows no mês que vem, tenho agora que recuperar meu condicionamento.
Como está sendo essa segunda experiência de maternidade?Cada dia tem sido uma festa. Amamentá-lo, curtir cada minuto ao seu lado e compartilhar tudo com meu marido, Marcio, tem sido um presente de Deus. Davi, meu filho mais velho, me alerta se o Rafael chora e não estou por perto. Está sendo uma festa tão grande que não há espaço para ciúme. Ele participa de praticamente tudo, desde a escolha do nome ao banho.
Seu novo DVD, ‘Negalora’, foi gravado de um jeito intimista, diferente do que se costuma ver no axé. Por que a mudança?Eu achava que estava gravando para mim, mas a gravadora gostou e sugeriu de transformar o show em DVD. Nunca vou fugir do axé, que é a minha raiz, mas foi bom experimentar um lado mais intérprete do que performático.
Há chance de vê-la na TV como atriz, a exemplo de Ivete Sangalo?A Ivete arrasou de Maria Machadão em ‘Gabriela’, mas eu não tenho esse talento. Na TV, me vejo mais apresentando um programa, mas ele tem que se adequar aos meus shows, ao meu trio elétrico, à carreira de cantora.
( Fonte: Revista Época )
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